Agronegócios
Carne bovina: exportações para China seguirão aquecidas em 2022
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O Brasil deverá seguir despontando na exportação de carne bovina em 2022, principalmente com destino à China. A avaliação parte do analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, durante palestra realizada nesta quinta-feira (24), durante o Safras Agri Week.
Segundo Iglesias, o mercado brasileiro de carne bovina segue bastante sustentado pela forte demanda para o boi padrão China, que vem trazendo uma remuneração diferenciada aos frigoríficos habilitados a atender a esse mercado. “Existe hoje um ágio entre R$ 30 e R$ 40 no valor da arroba destinada à China na comparação com o valor pago pela arroba destinada ao mercado doméstico”, comenta.
O analista da Safras destaca que o Brasil atualmente é o mercado que possui as melhores condições para atender ao mercado chinês se comparado a outros países. “O valor para a produção de uma arroba no Brasil é menor se comparado a mercados como Estados Unidos, Austrália e países do Mercosul, como Argentina e Uruguai. Além disso, tudo indica que haverá uma queda na produção de carne bovina nos Estados Unidos e na União Europeia neste ano. Na Austrália a produção bovina até tende a se recuperar, mas o alto preço da arroba limitará a competitividade do país para atender a outros mercados”, sinaliza.
Por conta da boa demanda na exportação e, diante de um cenário de oferta de gado ainda limitada no mercado bovino para este ano, a expectativa é de que o preço da arroba do boi no Brasil permaneça situada entre R$ 340 e R$ 350 ao longo do ano.
No que tange à atividade de confinamento, a tendência é de que possa haver um declínio no primeiro giro deste ano em razão de cenário de custos mais elevados no milho e no farelo de soja na primeira metade deste ano. “A partir do segundo semestre, com uma tendência de melhor oferta de milho, a perspectiva é de que os custos diminuam e a atividade de confinamento possa avançar. Safras espera que possam ser confinados, neste ano, 6,785 milhões de bovinos, com um avanço de 4,34% em relação ao ano passado”, pontua.
Em termos de cenário doméstico, Iglesias ressalta que a perspectiva em termos de demanda para a carne bovina segue complicada, em razão dos altos valores dos cortes e do poder aquisitivo limitado da população brasileira. “O preço elevado da carne bovina, entretanto, deve contribuir para trazer suporte às cotações das demais proteínas, como a carne de frango e suína”, conclui.
Canalrural.com.br